Entidade já conseguiu reajuste de 9% nas marmorarias e 8% nas olarias a partir de maio
Chapecó (SC) – O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Chapecó (Siticom) está com as negociações coletivas de 2025 em andamento, com uma pauta clara: reajuste salarial acima de 8% e a ampliação dos benefícios aos trabalhadores dos setores da construção civil e moveleiro da região. Isso porque, a entidade sindical já conseguiu negociar 9% de reajuste a partir de maio para os trabalhadores das marmorarias e 8% das olarias, classes também abarcadas pelo Siticom.
À frente das discussões, a presidente do sindicato, Izelda Oro, destaca que as reivindicações refletem a necessidade de maior valorização da mão de obra em um cenário de crescimento dos setores.
“Com exceção das olarias, que restam poucas na região, os demais setores estão em crescimento, o que justifica maior ganho real aos trabalhadores. As empresas dos ramos de marmorarias e olarias entenderam isso e aceitaram os percentuais de reajuste com apenas uma rodada de negociação”, sublinha Izelda.
As negociações envolvem trabalhadores de Chapecó e de outros 15 municípios da base territorial do Siticom. Segundo Izelda, assembleias já foram realizadas nas cidades e a expectativa é fechar o acordo coletivo ainda em abril, com validade a partir de maio, contemplando mais de 10 mil trabalhadores.
Condições básicas ainda são desafio
Apesar dos avanços em algumas áreas, Izelda relata que muitos trabalhadores ainda enfrentam problemas estruturais nos locais de trabalho, como a ausência de refeitórios, banheiros, vestiários e falta de treinamentos e de medidas regulares de segurança. Segundo ela, também preocupa o aumento da pejotização e da terceirização, que fragilizam a relação de trabalho e reduzem a proteção aos empregados.
Pauta inclui ganho real e novos direitos
Entre as principais reivindicações está o reajuste salarial acima da inflação, com ganho real. O cálculo leva em conta o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que já se aproxima de 5%, além do crescimento do setor.
“O salário mínimo teve reajuste de 7,5%, o piso regional subiu 7,27% e o desempenho das empresas segue em alta. Com base nesses indicadores, buscamos um índice de reajuste acima de 8%, como forma de valorizar os trabalhadores que sustentam o crescimento da economia regional”, explica Izelda.
A pauta inclui ainda a manutenção dos direitos já adquiridos e a conquista de novos benefícios. Entre eles:
Crescimento do setor reforça argumentos
A presidente do Siticom destaca que o bom momento dos setores deve se refletir diretamente na remuneração dos profissionais. Ela cita que apenas em Chapecó, os investimentos em construção civil ultrapassam os R$ 10 bilhões, sendo este o segundo setor que mais movimenta a economia da região, atrás apenas do agronegócio.
“É inadmissível que um setor com tamanho crescimento não possa oferecer uma cesta básica ou pagar 10% de reajuste. O trabalhador precisa ser reconhecido não como custo, mas como parte essencial do desenvolvimento”, pontua.
Participação dos trabalhadores é fundamental
A última assembleia antes da definição dos acordos coletivos está marcada para o dia 24 de abril, às 18h, na sede da Cruz Vermelha, no bairro São Cristóvão, em Chapecó. Izelda reforça o apelo à participação da categoria.
“É fundamental que os trabalhadores estejam presentes, participem das discussões e fortaleçam o movimento. Estamos confiantes de que teremos avanços importantes este ano, mas isso só será possível com a união de todos”, finaliza.
Foto: Izelda Oro, presidente do Siticom Chapecó