SITICOM propõe reajuste salarial de 9%, seguro de vida gratuito, auxílio funeral e ajuda de custo para transporte. Próxima rodada de negociação será decisiva para evitar paralisações
As negociações coletivas entre o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Chapecó (SITICOM) e os sindicatos patronais da construção civil e do setor moveleiro entraram em uma fase decisiva. Após análise em assembleia, os trabalhadores rejeitaram a proposta inicial apresentada pelo setor patronal, que previa um reajuste de apenas 6,5% nos salários e o pagamento de um prêmio de assiduidade no valor de R$ 100,00 — condicionado à ausência total de faltas no mês.
Para o SITICOM, essa proposta desconsidera aspectos fundamentais garantidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), como o direito a faltas justificadas por motivos familiares, de saúde ou civis. Ao não contemplar essas garantias, o sindicato avalia que a proposta fere diretamente o equilíbrio necessário entre as responsabilidades profissionais e os direitos sociais dos trabalhadores.
Além disso, o reajuste proposto não representa ganho real e nem acompanha os reajustes do salário mínimo (7,5%) e do piso regional catarinense (7,27%) no ano.
Diante disso, o sindicato apresentou uma contraproposta com pontos considerados prioritários pela categoria. Entre as reivindicações destacam-se:
Além das cláusulas econômicas, a contraproposta reforça a importância de preservar e ampliar direitos sociais já consolidados, especialmente em um contexto em que os trabalhadores enfrentam pressões crescentes e inseguranças nas relações de trabalho.
A presidente do SITICOM, Izelda Oro, que vem conduzindo as negociações com firmeza e diálogo aberto, foi enfática ao comentar a posição da categoria:
Segundo o sindicato, a expectativa agora se concentra na próxima rodada de negociação, marcada para o dia 14 de maio. Caso não haja avanços substanciais até o dia 20 de maio, os trabalhadores poderão entrar em estado de greve, o que abriria caminho para a paralisação das atividades nos dois setores.
A condução do processo tem sido marcada pela disposição ao diálogo, o que deixa Izelda confiante em um desfecho sem paralisações.
“A construção civil e o setor moveleiro são motores da economia local e regional. Reconhecer os direitos e a contribuição dos trabalhadores que movimentam esses setores é, antes de tudo, uma responsabilidade social e uma condição básica para relações laborais justas e sustentáveis. Esperamos que a classe patronal reconheça isso e valorize mais o trabalhador”, ressalta a presidente.