Seg - Sex 08:00 - 12:00 / 13:00 - 17:30
·

Izelda Oro defende protagonismo sindical na saúde do trabalhador durante evento da NCST-SC

Itapema/SC – A presidente do SITICOM Chapecó e diretora da Nova Central Sindical de Trabalhadores em Santa Catarina (NCST-SC), Izelda Oro, foi uma das palestrantes do 4º Evento Estadual de Saúde e Segurança no Trabalho promovido nos dias 17 e 18 de julho pela NCST-SC em Itapema/SC. Com o tema “Políticas Públicas de Saúde e Segurança para os Trabalhadores”, o evento reuniu lideranças sindicais, profissionais da saúde e representantes de instituições públicas para debater a implementação efetiva da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (PNSTT).

Durante sua fala, Izelda destacou a importância dos sindicatos na construção de políticas públicas voltadas à proteção da saúde do trabalhador e da trabalhadora, especialmente em nível municipal. Ela defendeu com veemência a participação ativa das entidades sindicais nos Conselhos Municipais de Saúde, espaços que considera fundamentais para garantir o controle social e a aplicação das diretrizes do SUS voltadas à saúde laboral.

“É nos conselhos de saúde que conseguimos participar diretamente da formulação e fiscalização das políticas públicas. Se o sindicato não estiver lá, corre o risco de a saúde do trabalhador ser esquecida. Precisamos ocupar esse espaço com conhecimento e compromisso”, afirmou a presidente do SITICOM.

Saúde pública

Na palestra, Izelda explicou que a saúde do trabalhador deve ser compreendida como parte estratégica da saúde pública e da saúde coletiva. Reforçou os princípios da PNSTT, como universalidade, equidade, integralidade e participação social, destacando que todos os trabalhadores, formais ou informais, têm direito ao acompanhamento pelo SUS em ações de vigilância, assistência e prevenção de doenças relacionadas ao trabalho.

Outro ponto central de sua apresentação foi a atuação dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) e a importância da Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT). Izelda ressaltou o papel dos sindicatos nas visitas técnicas a locais de trabalho, nas negociações de convenções coletivas que abordem saúde e segurança, e no apoio às ações intersetoriais em parceria com o Ministério Público, Vigilância Sanitária, CEREST e Ministério do Trabalho.

“As leis existem, mas sem fiscalização e sem pressão da sociedade, elas não saem do papel. Os sindicatos devem ser agentes ativos, fiscalizadores e propositores de políticas públicas de proteção”, completou Izelda.

Ações sindicais

A dirigente também apresentou leis municipais que fortalecem o papel da saúde do trabalhador em Chapecó, como a Semana de Prevenção de Acidentes (SEMPAT), o movimento Abril Verde e normas que exigem capacitação em saúde e segurança nos contratos públicos e obras civis da cidade.

 Izelda também convocou os dirigentes sindicais a se prepararem tecnicamente para assumir esse protagonismo.

“Não basta querer participar dos conselhos. É preciso estudar, entender os mecanismos da política pública e se fazer ouvir com propriedade. O trabalhador precisa de voz técnica e política nesses espaços”, concluiu.

O evento reforçou a ideia de que saúde e segurança do trabalho não são apenas responsabilidades do governo ou das empresas, mas uma construção coletiva que exige engajamento de toda a sociedade, com os sindicatos ocupando papel estratégico nesta transformação.